Que
tipo de imóvel tem maior potencial de valorização? E qual tem maior demanda
para locação? O poupador interessado no mercado imobiliário se depara com essas
questões ao escolher o bem no qual vai investir.
Levantamento
exclusivo da imobiliária Lopes pode ajudar o comprador nessa decisão. A empresa
mapeou os imóveis residenciais mais desejados para investimento na região
metropolitana de São Paulo: são os de dois dormitórios, comprados na planta.
Dos
612 entrevistados, 86% desejam adquirir o imóvel antes das obras.
"Funciona como uma poupança", afirma Mirella Parpinelle, diretora de
atendimento da Lopes.
Não
por acaso, os apartamentos de dois dormitórios são os preferidos de 70% dos
entrevistados. Além do valor mais acessível, a atratividade está na boa
perspectiva de revenda ou locação. "É um imóvel quase universal", diz
Mirella, lembrando ser o mais escolhido entre os que estão comprando pela
primeira vez, como solteiros e jovens casais com até um filho.
Na
locação, o apartamento pode interessar aos mesmos perfis e também a amigos que
desejem dividir o lar.
Além
disso, apartamentos menores -a área útil mais procurada vai de 50 metros
quadrados a 69 metros quadrados- normalmente estão localizados em edifícios com
muitas unidades e, portanto, têm um valor de condomínio mais baixo.
Por
isso, também são mais fáceis de alugar e não oneram muito o locatário enquanto
estão vazios.
Apesar
de os apartamentos de médio padrão serem os mais desejados pelos investidores,
a Lopes também identificou uma boa demanda para imóveis mais caros -50% dos
entrevistados buscavam apartamentos acima de R$ 500 mil, enquanto 48% desejavam
investir entre R$ 250 mil e R$ 499 mil.
SEGUNDO
IMÓVEL
Após
comprar na planta o seu primeiro apartamento, para o qual está prestes a se
mudar, o administrador Matheus Giacomini, 31, partiu para o segundo imóvel.
Dessa
vez, o objetivo era obter retorno financeiro. "Com a ajuda de um amigo
corretor, comecei a analisar as possibilidades."
Escolheu
o bairro da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, pela localização e
convidou o pai, Waldomiro, para uma "sociedade".
"Como
já estava pagando as contas do primeiro apartamento, apresentei essa opção de
investimento ao meu pai e ele se interessou", conta.
Dividiram
a entrada, e as prestações são rachadas meio a meio. A decisão sobre o futuro
do imóvel também será conjunta. "Compramos com a possibilidade de vender
ou alugar o apartamento, dependendo das oportunidades que o mercado
oferecer."
Para
João da Rocha Lima Junior, professor titular de "real estate" da
Poli/USP, comprar um imóvel para vender não é investimento, e sim especulação.
"Não há critério técnico para dizer que o preço dos imóveis vai
subir", afirma. Ele diz que o tradicional investimento em imóveis, focado
na locação, deve levar em conta a renda que o bem vai oferecer e o valor pago.
Falta
um ano para Giacomini receber as chaves do segundo apartamento, mas, diante da
valorização recente dos imóveis, pai e filho devem optar pela venda.
"Podemos ter um bom ganho sem dor de cabeça e gastos ao preparar o imóvel
para locação", diz ele, que neste ano passou também a investir em fundos
imobiliários.