Antes de considerar o lugar em que se deseja comprar ou locar um imóvel, o primeiro passo a
ser dado é fazer uma análise financeira de quanto se pode gastar na empreitada.
Comprometer
entre 20% e 30% do rendimento mensal da pessoa ou dafamília com o valor da prestação ou aluguel do
imóvel é a recomendação de especialistas ouvidos pela Folha.
É
importante lembrar que o aluguel não é a única despesa do consumidor:
há ainda custos de água, luz, gás, IPTU, entre outros, lembra Alexandre Lignos,
consultor financeiro do portal de finanças pessoais IGF.
"Ele tem que fazer uma análise minuciosa,
pois não se conseguir arcar com tudo, pode perder todo o valor já pago e o
bem", avalia.
Além
disso, é preciso computar os gastos com possíveis compra de móveis e reforma.
"Nos imóveis novos dificilmente se gasta
menos de 5% do valor dele para mobiliá-lo. A média é de 15% a 20%", pontua.
Apesar do percentual de 30% ser a regra geral
usada mesmo para a aprovação de crédito, há consultores que estipulam percentuais
menores.
PRECAUÇÃO
É o caso de Gustavo de Carvalho Chaves, diretor da
G9 investimentos, que avalia que, de modo geral, comprometer mais de 20% da
renda mensal com compromissos financeiros de médio e longo prazo é bastante
arriscado.
"O maior perigo é nesse meio tempo
acontecerem situações como desemprego o que compromete o orçamento da
família", complementa Ricardo Pereira, sócio-diretor da Dinheirama.
Principalmente em momentos como o atual em que há
incerteza em relação à taxa de juros e seus reflexos sobre os índices
corretores de contratos de locação e de financiamento de imóveis.
ENDIVIDADOS
Para quem já comprometeu mais do que 20% de sua
renda com o imóvel, é hora de rever as prioridades.
Pereira aconselha a criar uma reserva de
emergência que garanta o pagamento das despesas fundamentais da família por, no
mínimo, seis meses para que os imprevistos não se tornem problemas.
Rodrigo Franco Gonçalves, sócio da consultoria
Foco Financeiro, comenta que antes de entrar em um financiamento, é preciso
considerar não só a renda mensal, mas também a despesa mensal e a existência de
outras dívidas.
"Deixar uma folga de 15% do salário para uma
reserva de emergência é o aconselhável, mas o ideal seria uma parcela de
30%", completa Lignos.
A diretora da consultoria Dinheiro Inteligente,
Evanilda Rocha, diz que é importante ter em mente que normalmente o sonho da
casa própria exige corte de gastos com relação a outras prioridades.
VICTOR HUGO ALVES
Fonte: Folha
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